Redação Oficial
Conceito: maneira
pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
Características:
uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade
(padronização). Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais.
OBS.: Os princípios constitucionais da
publicidade e da impessoalidade devem ser balizadores do padrão textual
utilizado pelo poder público na redação de seus atos e comunicações (Agente AL
– CESPE/2012).
OBS.: O vocativo Senhor deve ser usado nas comunicações
oficiais dirigidas aos cargos de senador, juiz, ministro e governador, da
seguinte forma: Senhor
Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador.
Tipos de expediente: ofício, aviso e memorando.
Aviso: expedido exclusivamente
por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas.
Ofício: expedido para e pelas
demais autoridades e particulares.
Memorando: entre unidades administrativas de um mesmo órgão,
que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente.
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo
que ocupa.
Exposição de motivos: é o expediente
dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para: a) informá-lo
de determinado assunto; b) propor alguma medida; ou c) submeter a sua
consideração projeto de ato normativo. Em regra, a exposição de motivos é
dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que
o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá
ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial.
OBS.: O
ofício, o memorando, o aviso e a exposição de motivos são expedientes que
seguem a estrutura do padrão ofício, embora tenham finalidades distintas
(Escrivão AL – CESPE/2012).
Requerimento: é o instrumento
por meio do qual o interessado requer a uma autoridade administrativa um
direito do qual se julga detentor. Seu fecho é composto pela expressão “Nesses
termos, pede deferimento”.
Ata: registro sucinto de
fatos, ocorrências, resoluções e decisões de uma assembléia, sessão ou reunião.
Mensagem: instrumento de
comunicação entre os chefes dos Poderes.
Telegrama: trata-se de forma
de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada.
Fax: para transmissão
antecipada de mensagens e documentos urgentes, quando não é possível o envio
deles por correio eletrônico. Não possui formalidades de formatação. Em caso de
arquivamento deve ser arquivada cópia do fax.
Correio Eletrônico:
principal forma de comunicação para transmissão de documentos, em virtude do
baixo custo e da celeridade. Não possui formalidades de formatação, apenas deve
ser utilizada a opção de visualização do destinatário, ou requerer durante o
corpo do texto a confirmação de recebimento.
Diagramação: padrão ofício.
Letra Times New Roman, 12 para texto, 11 citação, 10 para rodapé. Recuo de
página de 2,5, margem E3,0 e D1,5. Espaçamento entre linhas simples com 6
pontos entre parágrafos, salvo no caso de não possuir esse recurso, pular uma
linha entre os parágrafos. A impressão será em preto em papel branco, apenas
gráficos e ilustrações serão coloridas. Poderão ser impressos frente e verso,
com o modo “margem espelho”. Formato Rich Text. Nome do arquivo: tipo de doc. +
número do doc. + palavras-chave do conteúdo.
Destinatário: o nome e o cargo da pessoa
a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.
Assunto:
resumo do teor do documento
Texto:
nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente
(como ofícios, aviso e memorandos) deve conter a seguinte estrutura: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam
organizados em itens ou títulos e subtítulos. Nos textos de encaminhamento de
documentos, no primeiro parágrafo deve constar o número do ofício em que foi
requerido o documento.
Desfecho: O referido manual estabelece o emprego de
dois fechos para comunicações oficiais: Respeitosamente, para autoridades
superiores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de
hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a comunicações
dirigidas a autoridades estrangeiras (Agente PF – CESPE/2012).
Identificação do signatário:
(espaço para assinatura do remetente sem o traço)
Nome (o manual da presidência não traz que o nome deveria ser
todo em maiúsculas)
Cargo da Autoridade (exceto se o Presidente da República)
OBS.: Para evitar equívocos, recomenda-se
não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
página ao menos a última frase
anterior ao fecho.
OBS.: O Presidente da República precisa
assinar o expediente, mas não precisa preencher seu nome ou cargo.
Local
e data em
que foi assinado, por
extenso, com alinhamento à direita:
Brasília, 15 de março de 1991.
Forma de escrever: ressalte-se
ainda que chavões, jargões, clichês e outras repetições supérfluas devem ser
evitados, tais como:
-
Aproveitamos o ensejo/a oportunidade;
-
Estamos a sua inteira disposição para quaisquer esclarecimentos;
-
Sem mais nada para o momento;
-
Tem a presente a finalidade de;
-
Vimos por meio desta;
-
Outrossim/destarte/mui;
-
De posse de seu ofício.
Ponto-e-vírgula:
separa duas estruturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas; e também
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
Dois- pontos: emprega-se este
sinal de pontuação para introduzir citações, marcar enunciados de diálogo e
indicar um esclarecimento, um resumo ou uma consequência.
Itálico e aspas: Nas
comunicações oficiais, o uso de itálico em lugar de aspas é aceito para
indicar, por exemplo, alíneas de textos legais, nomes de obras de arte, de
publicações e de artigos, entretanto, não se considera adequada tal substituição para a
indicação de citações textuais (Escrivão BA – CESPE/2013).
Ênclise: formas verbais do infinitivo pessoal, do imperativo
afirmativo e do gerúndio. É obrigatória em início de frase.
Próclise: deve-se colocar o
pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra atrativa:
palavra negativa; pronome relativo; pronome interrogativo; conjunção
subordinativa.
Ênclise: É inviável a ênclise com
o particípio.
Homonímia: designação geral
para os casos em que as palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia
(homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (homônimos homófonos). Paronímia
designa o fenômeno que ocorre com palavras semelhantes (mas não idênticas)
quanto à grafia ou à pronúncia.
Algumas paronímias:
Acerca
de: a respeito de
|
A
cerca de: a uma distância aproximada de
|
Acidente:
desastre
|
Incidente:
episódio
|
Aleatório:
casual, fortuito, acidental
|
Alheatório:
que alheia, que desvia, que perturba
|
Ao
invés de: ao contrário de
|
Em
vez de: em lugar de
|
Apreçar:
por preço
|
Apressar:
dar pressa a
|
Elidir:
suprimir
|
Ilidir:
contestar
|
Arrochar:
apertar com arrocho. Apertar muito
|
Arroxar:
tomar roxo
|
Auferir:
obter, receber
|
Aferir:
avaliar, medir, conferir
|
Cível:
relativo à jurisdição dos tribunais civis
|
Civil:
relativo ao cidadão
|
Expressões a evitar e de uso recomendável:
CORRETO
|
INCORRETO
|
À
medida que/ na medida em que
|
À
medida em que/na medida que
|
Em
nível de – com relação a
|
Ao
nível de/ A nível de – como com relação a
|
Haja
vista
|
Haja
visto
|
Em
face de
|
Face
a/ frente a (deve ser evitado)
|
Opor
veto
|
Apor
veto
|
O uso do gerúndio também
deve ser comedido, principalmente quando surge em uma locução verbal. Segmentos
como “estamos informando” pode ser escrito, de maneira concisa, assim:
informamos. E o que dizer, por exemplo, dos famosos “Vou estar providenciando”,
“Vou estar transferindo”, em que surgem a construção INFINITIVO + GERÚNDIO.
ITEM ERRADO: “Trechos com
informações vagas, como “e de outros decorrentes de aposentadorias e
vacâncias”, e com uso de tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e
“disporá sobre”, provocam falta de clareza e concisão, características estas
que devem ser respeitadas nos documentos oficiais”. A simples utilização de tempo verbal de futuro necessariamente não
caracteriza falta de concisão. ITEM CERTO: “A impessoalidade
que deve caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no
tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um
cidadão ou um órgão público”. ITENS ERRADOS: “As comunicações oficiais devem ser padronizadas e,
para isso, o uso do padrão oficial de
linguagem é imprescindível”. “Segundo o Manual de Redação da
Presidência da República, não existe
um padrão oficial de linguagem que deve ser usado na redação de
correspondências oficiais”.
OBS.: Não
existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”. O que há é o uso do
padrão culto nos atos e comunicações oficiais.
Muito obrigado, ótimas dicas.
ResponderExcluirExcelentes dicas! Ocorreram-me, no entanto, umas dúvidas: num concurso público em que será redigida uma redação oficial à mão, segue-se essa exigência de deixar uma linha em branco entre os parágrafos? E quanto aos recuos de página, são aplicados?
ResponderExcluirJoão Fernando, em concursos públicos eles não pedem pra redigir nos termos da redação oficial. Geralmente, pedem-se redações discursivas mesmo, em texto corrido. Fique tranquilo quanto a isso, ok? Abraço e bons estudos!!!
ResponderExcluirPedem sim.
Excluirem concurso publico,você escreve um texto dissertativo-argumentativo expondo os fatos e opiniões sem utilizar a primeira pessoa,sendo portanto,impessoal.Não faz redação oficial em concurso,portanto o que vc tem que saber para fazer redação em concurso é escrever em 3ª pessoa,introdução,desenvolvimento e conclusão,não fugir do tema,dar o espaçamento de um dedo quando começar os parágrafos e cuidado com a nova ortografia oficial.
ExcluirRedação Oficial para COncursos
ResponderExcluirNota 1000
ResponderExcluirMuito obrigado pela importante partilha. Gostaria de saber se e correcto escrever no desfecho do documento por exemplo: Convictos da atencao da V. Excia, enderecamos.... tendo em conta que deve se usa sempre a terceira pessoa ou a impessoalidade ao longo do documento?
ResponderExcluirmuito bom
ResponderExcluirPara quem está dizendo que não cai para se fazer redação oficial em concurso, já fiz 2 que caíram, e continuo com a mesma dúvida do João Fernando. No caso do concurso da CLDF pediram para desconsiderar os espaços entre linhas, porém quando não vem escrito, será que devemos pular linha?
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